domingo, 30 de abril de 2017

Carneiros, lãs, veludos e fechaduras...


Um bonito molho de chaves com chaves de todos os tamanhos e formas. Reluzentes, imponentes. Peças de altiva presunção. Quem vê presume riqueza, conforto, calor. Tudo lembra veludo em textura e sensação. Carregar um molho de chaves como este, reluzente e tilintante, é acomodar o coração na falsa harmonia da opinião alheia, que vem ressentida, mas cheia de admiração, e uma ponta de inveja. No fundo da alma, quem exibe seu molho de chaves assim, em perpétuo balanço, a sacudir o orgulho frenético de um recôndito feliz inexistente, é um pobre carneiro, que passa a vida a temer que lhe arranquem a lã...